Peão livre no final

Três elementos são de suma importancia na condução dos finais: 1) ter um rei ativo (no final esta peça ganha protagonismo; alguns autores adjudicam ela um valor de 4,5 pontos); 2) ter peças ativas (logicamente na fase final, onde muito do exército foi embora do tabuleiro, é imprescindível que as unidades sobreviventes manteham a maior atividade possível); e 3) lutar pela obtenção de um peão livre. Dois desses elementos estão presentes no seguinte final, outorgando uma clara superioridade ao primeiro lado:

Efimenko,Zahar (2703) - Fedorchuk, Sergey (2635)

Alemanha tt (Bundesliga), 25.02.2012

O final de peças menores é claramente favorável ao primeiro lado, que conta com duas vantagens importantes: peão livre afastado e melhor rei. Considerando a maior agilidade do bispo, as pretas ainda podem oferecer alguma resistência.

37.a4!

Peões livres devem ser avançados! Uma das vantagens de ter um peão nessa condição é que o adversário sempre tem que destinar uma peça ao seu cuidado, e essa peça fica então indisponível para operar em outros setores do tabuleiro

37...Rg7 38.a5 Rf6 39.a6 Re5 40.Re2 Rxe4

Hora de coletar, mas qual é a continuação certa?

41.Cxd6+!

O mais simples, não se complicando com 41.a7 Bxa7 42.Cxa7 d5 43.Cb5 f5 que ainda sendo claramente melhor para as brancas requer de mais trabalho

41...Rd5 42.Cxf7 Rc6 43.Cg5 h5

No caso de 43...Be7 44.Cxh7 a gaiola do cavalo acaba logo: 44...Rb6 45.Rf3 Rxa6 46.Rf4 Rb5 47.Re5 Rc4 48.Re6 Bh4 49.Cf8 g5 50.Rf5 ganhando

44.Ce6

Uma das peças pretas deve ficar controlando ao peão livre branco; a outra não pode enfrentar as forças brancas que comandadas pelo rei vão se dirigir contra os peões pretos na ala do rei; após a queda dessas unidades os peões brancos no setor oferecem uma vitória simples 1–0