terça-feira, 7 de agosto de 2012

Um caso para Sherlock



- Watson, não consigo.
- Tente mais um pouco, Sherlock. No final, se você descarta todos os sucessos imposíveis, o que resta, por mais improvável que pareça, deve ser a verdade.
- Você tem certeza absoluta que esta é a posição?


- Sim, tenho. Ontem no clube um grupo de pessoas a discutia, e dada a sua particular resolução anotei a posição e trouxe para você. As pretas, conduzidas por Simon Winawer, jogam e ganham de imediato.
- Watson, passei horas estudando a posição e não descobro. Tem ideias interessantes como 43...Dc1, porém leva um tempo a concretização. Me da a solução...
- Tente mais um pouco...
- Não! Se não me da a solução, agora mesmo vou procurar o meu violino!
- Está bem, está certo... pode deixar. O lance feito por Winawer foi 43...Cc5!
- ... porém meu querido doutor, esse lance é impossível!!
- É. Mas foi o feito no jogo, e poucos lances mais Mason teve que abandonar, pois o cavalo preto chega à casa e4 com grande efeto. Agora, antes que fique bravo, o verdadeiro misterio é: como pode acontecer isso? Um mestre experimentano pode não perceber que o cavalo saltou como bispo?
- Não, isso é impossível. Deixeme pensar...
Minutos mais tarde, Sherlock explicou a sua tesis:
- Um lance impossível deixa de ser um sucesso impossível, o que já merece um analises detalhado. No meu ponto de vista, a única explicação, se damos por certo que o mestre Mason estava em poder das suas faculdades mentais, parece a seguinte: o jogo foi suspendido -note que pelo número de lance isto é provável- e dias mais tarde, quando colocaram o tabuleiro com as peças alguém errou a casa do cavalo e colocou ele em d7. Talvez Mason tinha varias partidas suspendidas nessa jornada e não reparou o detalhe... o certo é que ele não analisou a posição com antecedência, caso no qual não teria perdido a posição real! Isto... isto é elemental!

NdE= O jogo aconteceu realmente; Mason - Winawer, Londres 1883

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