sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O balanço de Brasil

A equipe absoluta, em jantar com o Embaixador de Brasil em Noruega
A participação de Brasil na Olimpíada de xadrez realizada em Tromso, Noruega, pode ser qualificada como um sucesso, desde que ambas as equipes (absoluta e feminina) obtiveram melhoras na sua pré-classificação em ambos os torneios.
O time absoluto tinha ingressado como pré-classificado 30 e finalizou na 22a posição -compartilhando a 12a-, no que é uma das melhores atuações brasileira na história desde a dissolução da União Soviética.
Patra ter uma dimensão do que isto significa, há que apontar que Brasil obteve a mesma quantidade de pontos que potencias como Holanda, França, Estados Unidos, Polônia ou Sérvia. Também se obtiveram os mesmos pontos que na edição 2010, celebrada em Khanty Mansiysk (Rússia), onde Brasil finalizou na 17a colocação.
A atuação de Brasil, rodada por rodada, foi a seguinte:

Rod. Adversário Placar
1 Trinidad & Tobago 4-0
2 Bolívia 3½-½
3 Uzbequistão ½-3½
4 Nigéria 4-0
5 Indonésia 1½-2½
6 Coreia do Sul 4-0
7 Letônia 2½-1½
8 Holanda ½-3½
9 Canadá 3½-½
10. Eslováquia 2½-1½
11. România 2-2

Depois de um começo com vitórias amplas, a derrota ante Uzbequistão -que também tinha derrotado ao Brasil em Istambul 2012- parece ter sido de difícil absorção, como parece mostrar, depois do intervalo que significou Nigéria, a não esperada derrota ante Indonésia. Após esta quinta rodada, Brasil chegava ao dia livre com algumas dúvidas, e se temia que uma sequência vitória ante equipes fracas seguida de derrota ante fortes fosse a estragar o torneio. No entanto, esse dia livre chegou no momento certo, e a segunda fase da prova mostrou uma recuperação muito boa da equipe, com uma vitória simples ante Coreia do Sul e outra bem mais importante e motivadora ante a Letônia de Alexey Shirov. Nessa circunstância se enfrenta a Holanda, que resultou um adversário mais que difícil e venceu com justiça, mas em vez de cair, o time juntou forças e teve uma notável recuperação, vencendo encontros difíceis ante Ca-nadá e Eslováquia, e fechando a sua participação com um empate ante România, outra equipe consolidada e com um histórico respeitável nas olimpíadas.
A atuação individual dos representantes brasileiros foi a seguinte:

* Rafael Leitão, 3½ em 8 (+1 = 5 -2)
* Alexandr Fier, 7 em 10 (+6 =2 -2)
* Krikor Mekhitarian, 6½ em 10 (+5 = 3 -2)
* Gilberto Milos, 6 em 8 (+5 =2 -1)
* Felipe El Debs, 5½ em 8 (+4 =3 -1)

No geral, todos os mestres realizaram uma tarefa boa. Observando os resultados, talvez Leitão pode ter feito algum ponto a mais ou não esteve no seu melhor torneio, mas há que considerar que o primeiro tabuleiro não é fácil neste tipo de provas: pega rival duro, e só rival duro. No caso do campeão brasileiro, teve que enfrentar a verdadeiros monstros como o ex campeão mundial Rustam Kasimdzhanov ou os candidatos ao título Alexey Shirov e Anish Giri. No segundo tabuleiro, Alexandr Fier se mostrou recuperado depois de uma atuação não tão convincente em Istambul, e também Krikor Mekhitarian aportou uma boa quantidade de pontos. Na primeira parte do torneio, quando o começo não tinha sido tão bom, Gilberto Milos foi destaque, mantendo nos tempos bons entre as rodadas 6 e 11 a sua regularidade. Felipe El Debs foi o único dentre os brasileiros que apareceu entre os vinte melhores na sua categoria -tabuleiro reserva, ganhada brilhantemente pelo estadunidense Samuel Shankland com 9 em 10- e aportou a sua tradicional solidez somada a boas vitórias.

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WIM Juliana Terao: boa atuação
A equipe feminina brasileira ingressou como pré-classificada 50 e finalizou na posição 44, o que também pode ser considerado um sucesso, desde que se melhora a colocação com relação às últimas três olimpíadas, onde finalizou na posição 58 (Istambul 2012), 70 (Khanty Mansiysk 2010) e 48 (Dresde 2008).
A atuação de Brasil, rodada por rodada, foi a seguinte:

Rod. Adversário Placar
1 Aruba 4-0
2 Rússia 0-4
3 Luxemburgo 2½-1½
4 România 1-3
5 Uzbequistão ½-3½
6 IBCA 2½-1½
7 Sri Lanka 3-1
8 Equador 2½-1½
9 Azerbaidjão ½-3½
10 Inglaterra 2-2
11 Moldávia 2½-1½

Como aconteceu com a equipe absoluta, a feminina foi de menos a mais, com uma recuperação boa na segunda parte do torneio que levou, depois de duras derrotas ante as repúblicas ex-URSS, a um valioso empate ante Inglaterra e vitória final ante Moldávia. No entanto, e diferente do time absoluto, há muito por fazer para tentar uma atuação que as posiciones mais perto das equipes que lutam pelos primeiros vinte ou trinta lugares.
A atuação individual das representantes brasileiras foi a seguinte:

* Vanessa Feliciano, 7 em 11 (+5 =4 -2)
* Juliana Terao, 6 em 10 (+5 =2 -3)
* Joara Chaves, 5 em 8 (+4 =2 -2)
* Regina Ribeiro, 1½ em 8 (+1 =1 -6)
* Suzana Chang, 1½ em 7 (=2 -4)

Como está sendo costume, Vanessa Feliciano (esteve perto de obter título de WGM) e Juliana Terao foram as principais aportantes de pontos, se somando nesta oportunidade a wim Joara Chaves, que teve uma atuação de destaque e aportou o ponto decisivo ante Moldávia.

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