Talvez o comentário mais repetido nestes dias seja aquele que anuncia uma nova era no xadrez. A vitória de Magnus Carlsen no match, certamente, a configura, porém não somente pelo que significa o fato do norueguês ter-se convertido em campeão mundial, mas também porque é o emergente de uma nova geração de enxadristas, que diferente dos seus predecessores chegam á maturidade enxadrística muito mais novos, utilizam os recursos do computador como nunca antes e jogam um xadrez mais pragmático, não dependente das aberturas. Está Carlsen, certo, como seu máximo exponente, mas também estrelas como Karjakin, Caruana, Aronian ou Nakamura. A velha guarda do xadrez, representada nesta oportunidade por um cansado Anand (dias trás mencionamos que este duelo se assemelhava muito ao Lasker - Capablanca de 1921, fato depois mencionado por Nigel Short) parece ter entregado o mando a essa nova geração de fortes mestres. E se bem que não há nada definitivo (alguns representantes dessa geração, como Kramnik, ainda apresentam batalha e são sérios candidatos a se constituir nos próximos desafiantes do novo campeão), o primeiro passo foi dado.
Magnus Carlsen é um grande campeão que pode fazer muito -sobretudo pela sua juventude- para oferecer ao mundo uma imagem diferente do xadrez e que pode levar a populariza-lo mais no ocidente.
O seu approach neste match foi muito prática, tendo seu ponto forte no aproveitamento das imprecisões que nos últimos tempos o jogo do agora ex-campeão mundial vinha mostrando. Porém, como ele mesmo mencionou após finalizado o match: «quero acreditar que tive alguma responsabilidade nos erros cometidos por Anand; eu simplesmente jogo e meus adversários se quebram sob a minha pressão, ainda em campeonatos mundiais».
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