sábado, 30 de novembro de 2013

Gymnasiade: o equador da prova

A rodada desta tarde na Gymnasiade 2013 é justo a metade das competições, tanto na categoria absoluta (quarta rodada) quanto na feminina (terceira rodada). Jogos importantes têm lugar em ambas as provas, visando a obtenção de medalhas.
No feminino, a brasileira Ramyres Coelho, que até aqui lidera com 2 pontos, enfrenta á portuguesa Mariana da Silva, que têm um empate no seu único jogo disputado até aqui. Na outra mesa, a também brasileira Fernanda Rodrigues (meio ponto em 2 jogos) procura a recuperação levando as brancas contra a dominicana Rosario Almanzar, que venceu no único jogo que disputou na prova. Nesta oportunidade Inês Mendes, de Portugal, fica livre.
Todas as informações do torneio feminino no seguinte link:
A segunda rodada entregou uma surpresa no torneio absoluto, já que o português Luis Ferreira venceu ao segundo pré-classificado da prova, o armênio Manuel Petrosian. O lusitano é o líder isolado com 2½ pontos sobre 3 possíveis, e nestas horas enfrenta ao brasileiro Arthur Chiari (com o mf mineiro levando as peças brancas). Chiari se recuperou da derrota no debut vencendo pela segunda rodada a Marques.
A segunda colocação da prova é compartilhada pelos representantes armênios, Tigran Harutyunian e Mnauel Petrosian, e o português João Vicente, todos com 1½. No entanto o primeiro dos citados e o representante português têm uma partida a menos (já ficaram livres). Harutyunian leva as brancas ante o brasileiro Marques, enquanto Petrosian enfrenta a Vicente em duelo decisivo para a luta pelas medalhas.
Todas as informações do torneio absoluto no seguinte link:
Algumas fotos desta rodada:


A líder da prova feminina, Ramyres Coelho


Mariana Silva representa Portugal


Rosario Almanzar, de Santo Domingo, capital da República Dominicana


A mineira Fernanda Rodrigues procura se recuperar na prova


A prova segue concitando o interesse da imprensa


Delegados de República Dominicana, Ana Garcia, e Portugal, José Cavadas


O primeiro pré-classificado da prova absoluta, Tigran Harutyunian


O jogo Chiari - Ferreira


O jogo Petrosian - Vicente

Gymnasiade: 3a. rodada no absoluto

09.30 AM, e no Centro de Convenções Ulyssses Guimarães começa a terceira rodada do torneio absoluto da Gymnasiade. Um dos favoritos e líderes da prova, o armênio Manuel Petrosian (2290 elo) enfrenta a outro dos líderes, o português Luis Ferreira, que com as peças brancas planteia uma abertura de peão rei. Nos outros tabuleiros, o duelo local entre Johan Marques e Arthur Chiari e o português João Vicente contra o dominicano José Perez Feliz. Ficou livre o outro grande favorito da prova, o armênio Tigran Harutyunian (2390 elo). No torneio feminino, os acontecimentos vão rolar pela tarde, com a realização da terceira rodada. Algumas fotos desta rodada matutina:


Duelo local entre Johan Marques e Arthur Chiari


O mestre FIDE mineiro Arthur Chiari


De Armênia, o candidato a mestre Manuel Petrosian


Com 2069 elo, o português João Vasco Vicente luta por uma medalha


Johan Marques representa ao estado de Espirito Santo



De Portugal, Luis Ferreira (elo 1996), ingressou á terceira rodada como um dos três líderes


O representante de República Dominicana, José Perez Feliz


O trabalho da imprensa na Gymnasiade - Todo recurso é bom para obter uma boa foto! 

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Segunda rodada em Brasília

A Gymnasiade 2013 segue acontecendo na capital do país. Aos dados subministrados no post prévio, adicionamos aqui que a prova se disputa no centro de convenções Ulysses Guimarães, vizinho ao recentemente inaugurado estadio Mané Garrincha, que será sede de encontros pela Copa Mundial de Futebol 2014. As fotos da segunda rodada:


O estadio Mané Garrincha, vizinho à sala de jogo


O Centro de Convenções Ulysses Guimarães é a sede central da Gymnasiade e da modalidade xadrez


Mesa 1 no torneio absoluto: José Perez Feliz (República Dominicana) - Luis Ferreira (Portugal)


Mesa 3 da prova absoluta: Arthur Chiari (Brasil) leva as brancas ante Tigran Harutyunian (Armênia)


Duelo brasileiro no torneio feminino: Ramyres Coelho com as brancas ante Fernanda Rodrigues


Mesa 2 da prova feminina: a dominicana Rosario Almanzar enfrentando á portuguesa Inês Mendes

Gymnasiade 2013 em Brasília

A  15ª edição dos Jogos Mundiais Escolares, a Gymnasiade, se realiza nestes dias em Brasília. Considerado o maior evento escolar do mundo, a edição deste ano conta com 1.700 participantes de 35 países. As disputas ocorrerão entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro em  oito modalidades: atletismo, ginásticas aeróbica, artística e rítmica, natação, judô, karatê e xadrez.
A modalidade de xadrez conta com sete participantes no torneio absoluto e cinco no feminino, se realizando torneios pelo sistema round robin.
O presidente da Confederação Brasileira de Xadrez, grande mestre Darcy Lima, é o diretor da prova. O árbitro internacional Elcio Mourão dirige na parte técnica, secundado pelo árbitro FIDE Ernesto Guevara, e o mestre internacional Luis Rodi.
Algumas fotos da primeira rodada:


A delegação brasileira: Arthur Chiari, Ramyres Coelho, Fernanda Rodrigues e Johan Marques


Mesa 1 no torneio absoluto: os armênios Tigran Harutyunian e Manuel Petrosian


Mesa 2 no torneio absoluto: O brasileiro Johan Marques leva brancas ante o dominicano Jose Perez Feliz


O primeiro jogo em acabar foi o empate entre os portugueses Luis Ferreira e João Vicente


Mesa 1 do torneio feminino: Inês Mendes (Portugal) enfrentando Ramyres Coelho (Brasil) 


Mesa 2 do torneio feminino: Fernanda Rodrigues (Brasil) leva brancas ante Mariana da Silva (Portugal)


A prova concita uma boa atenção da mídia

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Carlsen foi coroado campeão


A cerimônia de fechamento do match pelo título mundial -que acabou com Magnus Carlsen como novo campeão- teve lugar ontem nessa cidade indiana.
Na oportunidade, o número 1 do ranking mundial foi oficialmente consagrado campeão mundial. 
Carlsen recebeu um trofeio dorado, o cheque do prêmio e a coroa de lauréis de parte do presidente da FIDE, Kirsan Ilyumzhinov, e a chefa de ministros de  Tamil Nadu, J. Jayalalithaa.
Jayalalithaa apresentou cheques simbólicos aos dois protagonistas do duelo, após o qual entregou a coroa de lauréis (coletados nas montanhas de Nigris, na mesma região de  Tamil Nadu) ao presidente da FIDE, que a sua vez as colocou no vencedor.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Carlsen campeão mundial!!


Talvez o comentário mais repetido nestes dias seja aquele que anuncia uma nova era no xadrez. A vitória de Magnus Carlsen no match, certamente, a configura, porém não somente pelo que significa o fato do norueguês ter-se convertido em campeão mundial, mas também porque é o emergente de uma nova geração de enxadristas, que diferente dos seus predecessores chegam á maturidade enxadrística muito mais novos, utilizam os recursos do computador como nunca antes e jogam um xadrez mais pragmático, não dependente das aberturas. Está Carlsen, certo, como seu máximo exponente, mas também estrelas como Karjakin, Caruana, Aronian ou Nakamura. A velha guarda do xadrez, representada nesta oportunidade por um cansado Anand (dias trás mencionamos que este duelo se assemelhava muito ao Lasker - Capablanca de 1921, fato depois mencionado por Nigel Short) parece ter entregado o mando a essa nova geração de fortes mestres. E se bem que não há nada definitivo (alguns representantes dessa geração, como Kramnik, ainda apresentam batalha e são sérios candidatos a se constituir nos próximos desafiantes do novo campeão), o primeiro passo foi dado.
Magnus Carlsen é um grande campeão que pode fazer muito -sobretudo pela sua juventude- para oferecer ao mundo uma imagem diferente do xadrez e que pode levar a populariza-lo mais no ocidente. 
O seu approach neste match foi muito prática, tendo seu ponto forte no aproveitamento das imprecisões que nos últimos tempos o jogo do agora ex-campeão mundial vinha mostrando. Porém, como ele mesmo mencionou após finalizado o match: «quero acreditar que tive alguma responsabilidade nos erros cometidos por Anand; eu simplesmente jogo e meus adversários se quebram sob a minha pressão, ainda em campeonatos mundiais».

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Carlsen, a um passo do título após nova vitória


Por longe, a nona partida do match foi a mais interessante. Necessitado da vitória, Anand empregou pela primeira vez no duelo uma linha agressiva -a variante Sämisch da Nimzoindia- e a posição logo assumiu um caráter complexo, com o campeão sacrificando elementos posicionais para obter fatores dinâmicos em compensação (a melhor formação de peões das pretas contra a superior atividade das peças brancas). Para a saída da abertura, a posição das brancas impressionava melhor.
Enquanto o mestre indiano tentava elaborar a sua iniciativa na ala de rei me-diante o avanço dos peões tradicional nesta linha, Carlsen realizava seu contrajogo no setor oposto, A posição crítica do jogo aconteceu depois do lance 19 das pretas (19...b4), quando os especialistas recomendam, em vez da abertura do setor com 20.axb4, a mais sutil 20.a4.
De acordo ao ex campeão mundial Garri Kasparov, possivelmente Anand tinha avaliado que a sua posição seria muito boa na linha utilizada no jogo, mas quando as pretas jogaram 22...b3 o campeão pode ter realizado que o cenário não era finalmente tão bom quanto prometia, e por isso «durante o longo tempo de pensamento que antecedeu ao lance Df4 podia se ver que ele estava desconfortável».
«Anand sabia -continuou Kasparov- que tinha boa posição e que algo devia ser feito, porém enquanto não aparecia um caminho forçado á vitória a sua confianza começou decair, a concentração  falhou e finalmente se produz o erro».
Na posição final, as tentativas de dar mate do condutor das brancas não dão certo devido á precisa colocação da dama extra das pretas, preparada para se entregar pela torre branca.
Agora Carlsen necessita somente meio ponto (nos três jogos que restam) para se proclamar como campeão mundial. Um sucesso que, tendo em conta a for-ma de ambos os mestres durante o match, parece provável de acontecer sem completar os jogos previstos no cronograma.

O jogo 9

Anand,Viswanathan (2775) - Carlsen,Magnus (2870) 
WCh 2013 Chennai IND (9), 21.11.2013

1.d4 Cf6 2.c4 e6 3.Cc3 Bb4 4.f3 d5 5.a3 Bxc3+ 6.bxc3 c5 7.cxd5 exd5 8.e3 c4 


9.Ce2 Cc6 10.g4 0–0 11.Bg2 Ca5 12.0–0 Cb3 13.Ta2 b5 14.Cg3 a5 


15.g5 Ce8 16.e4 Cxc1 17.Dxc1 Ta6 18.e5 Cc7 19.f4 b4 


20.axb4 axb4 21.Txa6 Cxa6 22.f5 b3 23.Df4 Cc7 24.f6 g6 25.Dh4 Ce8 26.Dh6 b2 


27.Tf4 b1D+ 28.Cf1 De1 0–1

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Um trâmite

 
A oitava partida do match pelo título mundial que se realiza em Chennai (Índia) entregou outro empate tranquilo: Anand não se sente preparado ainda para queimar as naves -se especula que isso pode acontecer nos seguintes dois jogos- e para Carlsen cada meio ponto o acerca ao objetivo.
O norueguês voltou variar de abertura, escolhendo nesta oportunidade abrir com peão rei. Possivelmente o campeão não se decidiu pela Siciliana para não enfrentar algum dos esquemas fechados -como a variante Moscou, 3.Bb5+- que o desafiante costuma empregar e que levariam a uma luta muito seca. Mas a sua escolha não foi, desde o ponto de vista esportivo, muito melhor: a Ruy Lopez Berlinense -adotada também por Carlsen nos seus jogos de pretas- é muito sólida e qualquer desequilíbrio é difícil de obter, ainda mais neste nível.  
Como esperado, Magnus escolheu um esquema tranquilo, e logo o jogo não foi mais que um trâmite rumo a partidas mais decisivas, com anunciadas manobras de simplificação e nenhuma chance de desequilíbrio.
Vale destacar que para seus primeiros vinte lances, o mestre norueguês empregou somente dez minutos ("com a linha escolhida não havia muito no que pensar; em jogos abertos não há necessidade de longos pensamentos" declarou depois da partida), enquanto Anand tinha investido aproximadamente uma hora tentando alguma ideia de iniciativa -em vão-.
Amanha é dia livre; o match continua no dia 21 com o nono jogo, onde Anand conduzirá as peças brancas.


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Um empate que serve aos dois

 
Neste nível, é prática habitual que depois de uma derrota dura se procure restabelecer a confiança quebrando a má série. É o que fez Anand na sétima partida, onde após uma nova incursão no território da Ruy Lopez Berlinense obteve a mais mínima das vantagens porém não alcançou a concretizar, se contentando com a repetição de lances. Para Carlsen, entretanto, o resultado é positivo: com dois pontos a mais no placar, este empate levando as peças pretas lhe permite manter a diferencia enquanto anula uma das três partidas onde o adversário leva as peças brancas nesta segunda parte do match. O mestre norueguês precisa agora de dois pontos para ganhar o título mundial, e pelo mostrado até aqui se trata de um objetivo bem provável.
Amanha (desde as 07.30 horas de Brasil) tem lugar a oitava partida do match, com o desafiante levando as peças brancas. Voltará Carlsen aos esquemas ultra posicionais que surgem de 1.Cf3 ou tentará quebrar a última resistência do campeão utilizando uma abertura mais ambiciosa?


Anand precisa uma milagre

 
Cumprida a primeira metade dos jogos estabelecidos, o desafiante Magnus Carlsen tem uma vantagem amplia no placar, que o deixa perto do título mundial, sobretudo pelo efeito demolidor que parecem ter as duas vitórias consecutivas obtidas nas partidas 5 e 6.
As duas derrotas do campeão seguiram um mesmo cronograma: um meio jogo complexo, porém equilibrado, manobras demasiado originais, o ingresso a um final difícil porém defensável, a entrega de um peão tentando contrajogo, imprecisões na defesa e posterior queda.
Pode-se dizer que Anand está perdendo pelos seus próprios pecados, porém isso seria somente uma parte da verdade: a outra, também importante, é que Carlsen não somente está jogando o match livre de erros graves, mas também pressiona de forma sutil nas posições onde o equilíbrio pode ser quebrado.
Em certa forma, como o jornal indiano The Indian Express reconhece na sua última edição (16.11.2013), é o inicio de uma nova era no xadrez, e não pela diferencia de idades (que mestres como Nakamura consideram decisiva), mas sim pelo procedimento: a importância da preparação nas aberturas fica relegada e o estudo concreto das possibilidades nas seguintes fases começa ser o fator predominante.
Em qualquer caso, a frase elaborada pelo ex-campeão mundial Garri Kasparov dias trás («temos um match onde um dos mestres joga sem aberturas e o outro sem final») ganha uma dimensão certa, com o adicional que jogar sem final parece ser bem mais fatal que jogar sem abertura.
No entanto, os conhecimentos do final de Anand não são inferiores aos de qualquer outro dos mestres da elite, e o belo exagero de Kasparov se acha bem limitado dentro do nível magistral mais alto. Pode, simplesmente, que Nakamura e outros novos valores tenham parte de razão e que o cansaço tome conta em determinada hora do campeão; pode ser uma má racha -todos têm dias ruins- e também pode acontecer que simplesmente seja a hora de Carlsen e que todos os fatores previamente citados se potenciem nesta fase da suas vidas.
A situação é semelhante desde o ponto de vista psicológico à acontecida no match entre Lasker e Capablanca, quando o então campeão abandonou o encontro antes do final. Se neste ponto Anand não acredita nas suas próprias forças, o match está acabado.
O campeão tem hoje, quando leve as peças brancas na sétima partida, a difícil tarefa de se recuperar. A margem de erro vai ficando muito pequena.

Nova vitória de Carlsen

 
A sexta partida do match (de um total de doze) começou com uma das opções mais clássicas em matéria de aberturas: a Ruy Lopez, variante Berlinense, com a qual Carlsen tinha obtido um equilíbrio relativamente cômodo na sua anterior partida de pretas. Anand variou com 4.d3, se afastando do sólido final berlinense, mas depois de uma fase de manobras que seguiu aos primeiros lances, o jogo derivou em um final de peças pesadas equilibrado.
Como no jogo do dia prévio, Anand não esteve preciso na condução do final, e chegado o primeiro controle de tempo estava defendendo um final com uma torre por lado inferior, com peão a menos.
Ainda assim o campeão teve chances de realizar uma defesa que lhe permita a divisão do ponto, porém posteriores imprecisões forma agravando a sua situação até acabar em uma posição perdida.
Foi uma dura derrota para Anand, que está perdendo o match mais por imprecisões próprias que devido ao jogo adversário. Agora o campeão enfrenta a dura tarefa de recuperar dois pontos nos seis jogos que restam. O principal fator, nesta situação, é psicológico: há que esquecer os erros e jogar a parte que resta do match como se recém começasse.
Para Carlsen, entretanto, é uma grande oportunidade de obter o título. Sem brilhar, o norueguês está mostrando um xadrez prático e quase sem erros, muito pragmático. Um estilo que lhe permite enfrentar os seguintes jogos sem arriscar, mantendo a posição e especulando com o possível desespero adversário.
O duelo continua o próximo dia 18, com a realização da partida 7. Anand volta a levar as peças brancas nessa circunstância –na metade do match está estabelecido o cambio de cores para não facilitar a tarefa de preparo de algum dos protagonistas-.


Carlsen vence no quinto jogo!

 
A quinta partida foi a primeira definida no match, após uma Eslava Triângulo onde Carlsen, levando as brancas, obteve uma posição ligeiramente melhor desde a abertura. A boa defesa de Anand, com base no contrajogo ativo, devia lhe dar o empate -o que teria sido o quinto consecutivo do duelo-, mas pouco depois do primeiro controle de tempo o campeão mundial não achou o melhor plano e realizou um terrível lance que lhe obrigou jogar um final desesperado, com dois peões a menos.
Nesse final a técnica do mestre norueguês foi impressiva, e de forma simples concretizou a sua vantagem para se por na frente no placar.
Hoje tem lugar a sexta partida do match, a primeira de duas onde o campeão Anand vai levar as peças brancas, procurando a sua recuperação no jogo e no marcador.


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Carlsen teve as melhores chances na quarta partida, mas o jogo finalizou empatado

Carlsen e Anand na conferencia de imprensa após a quarta partida do match
Como Kramnik no seu histórico match contra Kasparov, Carlsen utilizou o muro de Berlim (a variante com troca de damas na defesa Berlinense da Ruy Lopez) para enfrentar Anand na quarta partida do match.
O campeão mundial não obteve vantagem na abertura, onde uma linha recentemente na moda (9.h3) foi utilizada, e no meio jogo Carlsen incluso dispus das melhores chances, tendo ganho um peão.
No final de jogo, sempre com o mestre norueguês com um peão a mais, Anand teve que jogar com exatidão para alcançar o empate -a situação inversa do acontecido na partida prévia, quando o mestre indiano teve as melhores chances-.
O placar está empatado em dois pontos, e esse resultado é justo pelo mostrado por ambos os protagonistas deste duelo realizado em Chennai, que a cada hora vai ganhando mais interesse.
Amanha é dia livre; no dia 15 de novembro tem lugar a quinta partida do match, com Magnus Carlsen conduzindo as peças brancas.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Novo empate, mas com mais conteúdo

O terceiro jogo do match pelo campeonato mundial entre o titular Viswanathan Anand e Magnus Carlsen finalizou, como os dois prévios, em empate, mas diferente dos outros, esta vez os grandes mestres lutaram até a última peça.
Carlsen, levando as brancas, abriu o jogo com 1.Cf3. Os acontecimentos pareciam seguir os da primeira partida, mas o norueguês variou com seu lance 3.c4, passando o jogo a uma abertura Reti -uma criação do mestre hipermodernista desse nome, com a qual chegou vencer Capablanca-.
No entanto Anand pareceu estar preparado ante essa contingência, e realizou um plano que lhe concedeu um rápido equilíbrio, embora o caráter dinâmico da posição augurava uma difícil luta estratégica.
A saída da abertura cada lado contava com uma coluna semi-aberta para manobrar e pressionar a posição adversária. O campeão, com base ao par de bispos que obtivera no lance 16 foi mais concreto no seu tratamento da posição e obteve uma ligeira iniciativa, mas adequadas manobras defensivas de Carlsen a reduziram a uma posição com bispos de diferente cor que acabou em uma simplificação geral, restando somente os reis e um bispo por lado na posição onde ambos protagonistas decretaram o empate.
Amanha dia 13 de novembro tem lugar a quarta partida do duelo, com Anand levando as peças brancas.

domingo, 10 de novembro de 2013

Repetição de lances na segunda partida


Como no primeiro jogo, os dois protagonistas do match pelo título mundial declararam empate na segunda partida, realizada hoje em Chennai, Índia, mantendo assim o placar equilibrado (1x1).
O campeão mundial, Viswanathan Anand levou as brancas a abriu o jogo com a sua favorita 1.e4. Logo no tabuleiro apareceu a defesa Caro Kann, uma surpresa por parte de Carlsen que geralmente respondeu o peão rei do mestre indiano com sicilianas ou Ruy Lopez.
O jogo pronto continuou pela trilha de um dos mais recentes jogos do campeão (a sua vitória sobre Ding Liren no memorial Tal realizado este ano em Moscou), e logo o condutor das brancas se encontrou ante um dilema: "A posição que surge depois do lance 12 é muito aguda, e claro que eu não a esperava. Neste ponto eu tinha que decidir se queria voar ás cegas ou... escolher uma linha ligeiramente sólida" (Anand).
O mestre indiano, evitando possíveis preparações, foi optando pelas continuações sólidas, e já no lance 17 o resultado era claro: sem damas no tabuleiro, com duas torres e bispo da mesma cor por lado, a divisão do ponto era o resultado mais provável. Os contendentes arribaram nesse resultado no lance 25.
Sendo amanha o primeiro dos dias livres estabelecidos, o match continua o próximo 12 de novembro com a terceira partida. Magnus Carlsen levará as peças brancas nessa oportunidade.

sábado, 9 de novembro de 2013

Um rápido empate no primeiro jogo


A primeira partida o match Anand - Carlsen finalizou empatada em somente 16 lances -após pouco mais de hora e meia de jogo-, com o grande mestre norueguês levando as peças brancas.
Talvez a divisão do ponto poda se considerar uma pequena vitória moral para o campeão mundial Viswanathan Anand, que levando as peças pretas obteve um cômodo equilíbrio já desde os primeiros lances.
Como de costume, Carlsen não empregou uma das linhas mais teóricas, porém o sistema por ele empregado (1.Cf3 seguido de um duplo fiancheto) não foi capaz de criar complicações, desde que o campeão mundial construiu uma posição muito sólida reminiscente da Eslava e a Grünfeld (semelhante ao sistema Schlechter).
Depois de pensar um lance durante meia hora, e quando ficou claro que as complicações estratégicas podiam resultar arriscadas, Carlsen realizou no movimento 13 um lance que permitia a repetição, oportunidade que Anand tomou.
Amanha se realiza a segunda partida do duelo, com Anand levando as peças brancas.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Começa o match Anand - Carlsen!!

Todo preparado para o grande duelo!
A cidade indiana de Chennai (antes conhecida como Madras), capital do estado de Tamil Nadu, é um importante centro industrial, comercial e portuário na Baia de Bengala, ao sul do país. Desde o passado 7 (cerimonia inaugural) e até o próximo 28 de novembro, é sede do match pelo Campeonato Mundial de Xadrez entre o atual titular, Viswanathan Anand, e seu desafiante Magnus Carlsen. O acontecimento é muito esperado pelos enxadristas, devido à força dos participantes, especialmente para Ocidente, que desde o match Spassky - Fischer do 1972 não contava com um representante em um duelo destas características.
Vai poder o experimentado Anand explorar o seu maior conhecimento em duelos deste tipo (ele enfrentou Kasparov, Kramnik, Topalov e Gelfand)? Ou pelo contrario, a juventude do desafiante Carlsen e a sua extraordinária forma atual (é o número um do rating elo, tendo superado o record histórico de Kasparov) vão se impor?
O match estabelece a realização de doze jogos, onde cada protagonista conta com duas horas para realizar os seus primeiros quarenta lances; mais uma hora para os seguintes vinte lances e finalmente quinze minutos até finalizar o jogo (com um incremento de trinta segundos por lance a partir do movimento 61). Se um dos participantes alcança 6½ é consagrado vencedor. No caso de acabar a prova com placar empatado, se aplica o seguinte cronograma de desempates:
O sie oficial  é o seguinte:
Nele se podem achar as últimas novidades do match, assim como informação e, durante os jogos, transmissão online e comentários.
Os jogos se realizam às 07.30 horas (horário Brasil). No primeiro, Carlsen leva as peças brancas

Cronograma do match
07 novembro 2013 – Cerimonia de Inauguração (sorteio de cores)
09 novembro 2013 – Partida 1
10 novembro 2013 – Partida 2
11 novembro 2013 – Dia livre
12 novembro 2013 – Partida 3
13 novembro 2013 – Partida 4
14 novembro 2013 – Dia livre
15 novembro 2013 – Partida 5
16 novembro 2013 – Partida 6
17 novembro 2013 – Dia livre
18 novembro 2013 – Partida 7 (com cores repetidas)
19 novembro 2013 – Partida 8
20 novembro 2013 – Dia livre
21 novembro 2013 – Partida 9
22 novembro 2013 – Partida 10
23 novembro 2013 – Dia livre
24 novembro 2013 – Partida 11
25 novembro 2013 – Dia livre
26 novembro 2013 – Partida 12
27 novembro 2013 – Dia livre
28 novembro 2013 – Desempates (se precisar)
28 novembro 2013 – Cerimonia de encerramento 

Se o match acaba antes do jogo 12 (isto é, um dos protagonistas consegue os 6,5 pontos necessários para se consagrar vencedor), a cerimonia de encerramento se produz ao dia seguinte ao último jogo realizado.

Desempate?
Se o match acaba empatado, se aplicam o seguinte cronograma de tie-break:
* Quatro jogos rápidos (25 minutos + 10 segundos de acréscimo)
* Baterias de dois jogos blitz (5 minutos + 3 segundos de acréscimo), até cinco delas (dez jogos em total)
* Um jogo Armageddon (brancas: 5 minutos e obrigação de ganhar; pretas quatro minutos e vencem também no caso de empate)

Brasil é o quarto país em crescimento !!

Podemos observar no quadro abaixo que nos últimos quatro anos o Brasil foi o 4º país do mundo onde ocorreu maior crescimento (81,1%) do número de enxadristas com rating FIDE, ficando atrás apenas da Índia (efeito Anand), Itália (efeito Caruana) e Grécia (efeito incentivo). 

#País
Nac.
Jan 2008
porcent
Jan 2012
porcent   crescimento
1Alemanha
GER
11,123
12.7
15,442
11.6    38,8%
2Rússia
RUS
10,036
11.4
14,422
10.8    43,7%
3Espanha
ESP
6,901
7.9
12,054
9.0   74,7%
4França
FRA
5,690
6.5
10,099
7.6   77,5%
5Índia
IND
3,370
3.8
7,954
6.0    136%
6Polonia
POL
3,553
4.0
5,416
4.1    52,4%
7  Italia
ITA
2,441
2.8
4,670
3.5   91,3% 
8Hungria
HUN
2,893
3.3
4,216
3.2    45,7%
9Republica Tcheca
CZE
2,586
2.9
4,054
3.0    56,8%
10Sérvia
SRB
2,396
2.7
3,043
2.3    27%
11Estados Unidos
USA
1,824
2.1
2,691
2.0    47,5%
12Grecia
GRE
1,252
1.4
2,375
1.8    89,7%
13Ucrânia
UKR
1,643
1.9
2,355
1.8    43,3%
14Holanda
NED
1,581
1.8
2,190
1.6    38,5%
15Áustria
AUT
1,507
1.7
1,987
1.5    31,9%
16Romania
ROU
1,386
1.6
1,894
1.4    36,7%
17Brasil
BRA
1,041
1.2
1,885
1.4    81,1%
18Croácia
CRO
1,363
1.6
1,884
1.4    38,2%
19Eslováquia
SVK
1,152
1.3
1,810
1.4    57,1%
Otros 
24,003
27.4
33,108
24.8  37,9%
Todos 
87,741
100.0
133,549
100.0    52,2%

O trabalho, publicado no site da chessbase, foi realizado por Michael Paterek, um mestre fide polonês formado em ciências da computação na Universidade de Tecnologia de Varsóvia, Polônia.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

SporTV News emite matéria sobre semifinal Rio

Os ecos da semifinal 1 do Campeonato Brasileiro de Xadrez continuam na tela da TV: o canal SPORTV NEWS, emitiu o passado 2 de novembro, às 9 horas, uma matéria sobre o torneio, incluindo uma entrevista com o vencedor, o grande mestre Rafael Leitão.
O vídeo da matéria pode ser visto no site do canal, no seguinte link:

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Textual (2)


Uma nova série de postagens dedicada à expressões, as vezes curiosas, de conhecidos fortes enxadristas ou , se bem que nem sempre relacionadas com o xadrez.

"Etiquetar a Magnus como parte da geração dos computadores é claramente um erro. Magnus prefere e sempre tem preferido analisar xadrez sobre o tabuleiro (ou na sua cabeça), e por outro lado ele não gosta de jogar contra computadores"

(Henrik Carlsen (foto), o pai de Magnus, em uma recente entrada no blog do desafiante ao título mundial) 

domingo, 3 de novembro de 2013

Leitão campeão; Molina, Toth e Di Berardino também classificam à final


A semifinal da região 1 do campeonato nacional brasileiro teve lugar, entre os dias 31 de outubro e 3 de novembro, nas instalações do Clube Vasco da Gama -sede Calabouço- na cidade de Rio de Janeiro. O torneio, realizado pelo sistema suíço em sete rodadas, classificou aos quatro primeiros da prova à final do nacional, e além disso contou com 8.000 reais em prêmios. O árbitro principal foi o internacional Elcio Mourão. O grande mestre Rafael Leitão (foto) foi cômodo vencedor, com ponto e meio de vantagem sobre seus mais imediatos perseguidores -Christian Toth, Renato Quintiliano, Roberto Molina, Rodrigo Disconzi, Diego Di Berardino e Cesar Umetsubo-, que finalizada a prova tiveram que disputar um torneio de partidas rápidas para determinar os outros três classificados à final.
As posições do desempate: 1. R. Molina 4; 2. C. Toth 3½; 3. D. Di Berardino 3; 4. C. Umetsubo 2½; 5. R. Disconzi 2; 6. R. Quintiliano 0

Última rodada na semifinal 1 do Brasileiro em Rio de Janeiro

O grande mestre Rafael Leitão já não pode ser alcançado por nenhum dos outros participantes da semifinal 1 do Campeonato Nacional Brasileiro 2013, e a falta de uma rodada é o campeão e, até aqui, o único classificado para a final. A um ponto e meio de distância há três participantes: um deles, Renato Quintiliano, enfrenta ao líder, e os outros dois -Christian Toth e Cesar Umetsubo- jogam entre se. Os três escoltas mais um grupo de oito jogadores com 4 pontos lutam pelos três lugares restantes na final.
Vale lembrar que no caso de empate nas posições de classificação, a passagem á final se dirime mediante jogos rápidos de desempate.
Como costumeiro, algumas fotos da rodada:


Mesa 1: O mestre fide Renato Quintiliano leva as brancas ante o grande mestre Rafael Leitão


Mesa 2: O mestre internacional Christian Toth, com as peças brancas ante o mestre fide Cesar Umetsubo.


Mesa 3: O mestre internacional Diego di Berardino levando as brancas ante o mestre fide Luiz Abdalla