quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Relatório de Bento, base para o futuro

Escreve o MI Luis Rodi

Há pessoas que são fundamentais na engrenagem de toda grande empresa humana, e no marco de xadrez brasileiro o árbitro internacional Antônio Bento (foto) é uma delas, transcendendo seu nível como professional –e um dos poucos árbitros no continente que mereceu a categoria A da FIDE- para demonstrar uma e outra vez a sua capacidade técnica e humana até nos campos onde não é obrigatório o conhecimento que ele exibe. Bento é um dos poucos árbitros que conheço que ainda tenta melhorar seu conhecimento do jogo para poder se situar na pele dos enxadristas na hora de tomar uma decisão, e talvez o único que antes da FIDE modificar alguma regra consulta com os enxadristas o parecer para formar uma opinião acerca de como repercutirá na prática tal ou qual mudança nos artigos.
A sua capacidade de trabalho é enorme; por isso não me surpreendi quando pude ler o relatório que, no seu caráter de Vice Presidente Técnico da Confederação Brasileira de Xadrez (CBX) realizou e que a instituição publica no seu site.

http://www.cbx.org.br/files/downloads/Relat%C3%B3rio%20VPT%202012.pdf
Não vou reproduzir ele aqui, propositadamente (porque vale a pena que o leitor acesse o link e leia com atenção o trabalho), porém sim desejo fazer menção a algumas resultantes do trabalho publicado:

·         É evidente nos últimos anos um crescimento notável na quantidade de torneios, cursos e seminários de arbitragem. Em parte reflexa a maior democratização da FIDE, que facilitou as regulações com relação ao cômputo do rating elo, porém também, e isso é evidente, a popularidade que o xadrez competitivo ganhou no Brasil, concedendo –ao existir mais torneios- maiores oportunidades aos que desejam progredir no conhecimento do antigo jogo.

·         Um credo comum tem a ver com a suposta realização de mais torneios válidos para o elo FIDE durante o segundo semestre do ano. Obviamente isto tinha razão de ser, porém no ano 2012 a tendência se reverteu e aconteceu que a maioria dos torneios foram realizados no primeiro semestre: 152 contra 91 (a título comparativo, foram 80 e 104 no 2011 e 68 e 73 no 2010).

·         Na distribuição geográfica dos torneios, cabe destacar a forte presencia do Nordeste. Somente contabilizando abertos do Brasil, seis foram realizados nessa região, sobre os 14 totais. O Nordeste e o Sudeste são as zonas geográficas com maior quantidade de provas no território nacional.

·         Quase 17,000 enxadristas participam ativamente das competências no Brasil, sendo que mais de 6400 tem ID FIDE e deles quase 3000 já aparecem no listado. Agora a CBX têm mais de 41.000 enxadristas com ID CBX e claro, muitas mais pessoas praticam o jogo de forma não federada.
Estes e outros dados que surgem do relatório são fundamentais para definir o trabalho a futuro do xadrez brasileiro: onde focalizar o trabalho, que fortalecer, que exemplos podem se tornar em modelos de desenvolvimento.

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