A bola, agora, está no campo do
campeão. Os últimos acontecimentos viraram a sorte do duelo, e se no anterior
dia livre Magnus Carlsen levava a vantagem, tanto no placar quanto no aspecto
psicológico, hoje se pode dizer que a situação mudou drasticamente: o
desafiante empatou o match e a vantagem anímica é agora dele, pela forma na
qual se desenvolveram os jogos 3 e 4.
Nestas horas, a principal
incógnita radica na réplica que a equipe do campeão mundial está preparando
para enfrentar a abertura de peão dama de Viswanathan Anand. O mestre indiano
mostrou uma excelente preparação e técnica no campo das aberturas fechadas, no
que representa uma melhora de sua estratégia com relação ao match prévio,
quando insistiu com 1.e4 para se chocar uma e outra vez contra a Ruy Lopez
Berlinense do então desafiante. Nesse duelo de Chennai, a única partida onde
Anand pode criar perigo real foi a nona, que pela primeira vez teve a 1.d4 como
seu primeiro lance. O destronado monarca tomou nota disso e neste match seu
1.d4 está fazendo sofrer ao mestre norueguês, que deve achar uma réplica
confiável.
Vamos especular: jogar a
Grünfeld, como na primeira partida, parece arriscado. Uma coisa é empregar uma
abertura que o adversário não espera e outra bem diferente enfrentar a uma
linha muito bem preparada dentre as várias que as brancas dispõem contra essa
defesa. Voltar ao Gambito de Dama é possível, com os reajustes do caso (as
pretas podem melhorar em varias oportunidades sobre a partida 3), porém psicologicamente
difícil dada a lembrança do resultado negativo. Índia de Dama? Pode ser. Porém
qualquer aposta é válida: Carlsen sempre mostrou uma grande flexibilidade para
jogar qualquer tipo de esquema. O único que deve fazer é cair fora do
laboratório do desafiante, que de acordo com Peter Svidler é um dos cinco
melhores de todos os tempos na arte de preparar partidas e se antecipar às
escolhas do adversário.
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