Cumprimentação prévia ao jogo (correspondente à nona rodada) entre Anand e Topalov |
A falta de cinco rodadas, o
ex-campeão mundial Viswanathan Anand é cômodo líder no torneio Candidatura, com
6 pontos sobre 9 possíveis. Cômodo não pelo ponto de vantagem sobre Levon
Aronian ou o ponto e meio sobre Vladimir Kramnik –nos papeis, seus mais diretos
adversários-, considerando que qualquer imprevisto pode reduzir a diferencia ou
elimina-la. Mas sim porque o mestre indiano está demostrando ser o mais regular
dos participantes em Khanty Mansiysk, sem sofrer derrotas nem correr riscos. Se
no anterior dia livre nos perguntamos acerca da validade da estratégia Petrosian
de administrar vantagens com empates tranquilos, a medida que se acerca o final
da prova esse plano toma mais consistência lógica, e Anand demostrou que sabe
aplica-lo á perfeição. As chances de ele vencer são grandes –os outros mestres
ainda têm que vencer seus próprios fantasmas e recuperar jogo- e com isso
ganharia mais uma oportunidade contra Carlsen. Sobre as circunstâncias de um
novo duelo já comentamos no passado dia livre; voltaremos ao tema quando pertinente.
Sobre seus perseguidores
imediatos: Levon Aronian (5 pontos) pode mais uma vez cumprir o agoureiro
prognóstico de Garri Kasparov, quem já no passado Candidatura (Londres 2013)
comentou que nas situações críticas os nervos do mestre armênio o atraiçoam. No
entanto, cinco rodadas faltantes são muitas, e Aronian pode recuperar fôlego
com um par de vitórias e voltar a lutar pela liderança. Meio ponto abaixo estão
Vladimir Kramnik, Sergey Karjakin e Shakriyar Mamedyarov. Na anterior crônica,
Mamedyarov já tinha começado a sua recuperação depois de um começo ruim. Mas a
recuperação mais importante destas últimas rodadas foi a de Karjakin, que
passou de ser o lanterna a se posicionar entre os líderes da competição.
Kramnik está no sentido inverso, tendo perdido dois dos seus últimos três
jogos. Para o mestre russo o descanso de hoje pode ser crucial para se
recuperar animicamente e tentar nos próximos dias uma aproximação à liderança,
por agora esquiva. Em outra ordem de coisas, o ex-campeão mundial manifestou a
sua surpresa porque nenhum dos mestres protestou contra o sistema desempate,
que é absurdo considerando os direitos que a prova outorga. Como o ano prévio,
consiste em premiar o maior número de vitórias, em vez do que seria mais
lógico: um match de partidas rápidas entre os mestres que compartilham o
primeiro lugar.
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